Os 10 anos de 2008: o ano que vai durar para sempre
- Na Marcação
- 29 de nov. de 2018
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Atualizado: 4 de dez. de 2018
Por Rodrigo Sousa
29/11/2018 | 23h35
Após boa temporada em 2007, quando o Santos foi campeão Paulista, vice-brasileiro e alcançou as semifinais da Copa Libertadores, a expectativa era de que 2008 seria um ano tranquilo para o time da Vila - mas as coisas não ocorreram dessa forma. O desmanche do elenco e crise técnica durante toda a temporada fez o Peixe viver um dos piores anos de sua história.
O técnico Emerson Leão foi o escolhido para substituir Vanderlei Luxemburgo, que deixou o clube no fim da temporada anterior. Leão retornou para sua 4ª e última passagem pelo alvinegro praiano.
Elenco
O plantel santista sofreu com alguns de seus principais jogadores. Pilares do vice-brasileiro do ano anterior, como Zé Roberto, Pedrinho e Marcos Aurélio, partiram para o exterior, e a reposição não foi à altura.
O clube contava com alguns jogadores aclamados pela torcida, como o artilheiro Kléber Pereira, o colombiano Mauricio Molina e a então promessa Wesley, mas alguns atletas, como o zagueiro Adaílton e o volante Roberto Brum, não eram bem vistos pela torcida.
A escalação favorita do Santos em 2008 foi o 4-4-2, e por vezes o 4-3-3. Os jogadores mais escalados na temporada formariam a seguinte equipe titular:

Além do ídolo santista Fábio Costa, incontestável em sua posição, o time contou com o lateral-esquerdo Kléber, que era constantemente convocado para a Seleção Brasileira na época. Da base, Domingos fazia dupla de zaga com Betão, recém chegado do Corinthians. Fabão era zagueiro de origem, mas se aventurou diversas vezes pela lateral-direita na equipe titular do Santos nessa temporada.
Na contenção e auxílio à zaga, Marcinho Guerreiro e Rodrigo Souto foram os nomes mais constantes no meio-campo santista, acompanhados do meio-campo Wesley e o meia-atacante Mauricio Molina.
Pela frente, Kléber Pereira seguiu como homem-forte do ataque santista, mas nenhum outro jogador despontou como dupla do atacante maranhense, e diversos atacantes lutaram por esse posto durante o ano.
Os nomes mais frequentes ao lado de Kléber foram: Nelson Cuevas, paraguaio com duas Copas do Mundo disputadas na bagagem, que chegou do Olimpia no meio do ano. Maikon Leite fez gol importante em vitória contra o Internacional no Beira-Rio. Mas em jogo contra o Flamengo, no primeiro jogo do returno, sofreu lesão em choque com o ex-goleiro Bruno, rompeu todos os ligamentos do joelho direito e foi afastado do restante da temporada. E Lima, paraense que era como o 12º jogador da equipe. Depois da passagem pelo Santos, Lima fez carreira em Portugal e empilhou títulos pelo Benfica.
Paulistão
Vindo de bicampeonato paulista, o Santos teve a chance de se tornar tricampeão da competição 39 anos depois que a equipe de Pelé alcançou o feito pela última vez, na trinca 67-68-69. Mas as coisas não saíram como o esperado, após duas derrotas e um empate nos três primeiros jogos do campeonato, a primeira vitória do time na temporada veio apenas na 4ª rodada, no 2-0 contra o Bragantino na Vila, com gols da então promessa santista Tiago Luís, e outro contra do goleiro Gléguer, em um jogo bastante aberto.
Com cinco derrotas e apenas três vitórias em nove partidas, o alvinegro amargava a 16ª posição no Paulistão, apenas uma acima da zona de rebaixamento para a Série A2. “O torcedor já estava com uma pulga atrás da orelha” segundo o historiador Guilherme Guarche, especialista em Santos FC. O desempenho de Leão, que na última passagem pelo clube, em 2002, havia sido Campeão Brasileiro, vinha sendo abaixo do esperado.
O Santos começou a esboçar reação no campeonato apenas na 10ª rodada, embalando sete vitórias nos últimos 10 jogos na fase de pontos corridos. Incluindo vitória contra o arquirrival Corinthians, na 17ª rodada. O gol do chileno Sebastián Pinto depois do chute com desvio na defesa, e do artilheiro Kléber Pereira, após falha do meio-campo Perdigão, garantiram vitória no apertado 2-1, na Vila Belmiro.
No entanto os esforços não foram o bastante: o Santos acabou o Paulistão com uma decepcionante 7º colocação, e não se classificou para o mata-mata. Foi a pior campanha feita pelo Peixe no Paulistão no século, com 54,4% de aproveitamento ao fim da competição.

Leão se via na corda bamba, e o que poderia segurar o técnico no clube mesmo sem bons resultados seria o desempenho na Copa Libertadores e no Campeonato Brasileiro, que tinha acabado de se iniciar.
Libertadores e início do Brasileirão
O Peixe foi cabeça de chave do grupo 6, sorteado com o colombiano Cúcuta Deportivo, o mexicano Chivas Guadalajara, e o San José, da Bolívia. O grupo era visto pela imprensa como acessível, e os torcedores se empolgaram com as possibilidades de novamente ir longe na Libertadores.
O Santos estreou na competição continental no dia 14 de fevereiro, enfrentando fora de casa o colombiano Cúcuta Deportivo. Como era início de temporada e as águas ainda estavam calmas na baixada santista, o empate foi considerado um bom resultado.
Na 2ª rodada, o Santos emplacou boa vitória contra o Chivas, na Vila Belmiro. Construiu a vitória já no primeiro tempo, quando o colombiano Molina acertou um chute do meio da rua aos 22 minutos da primeira etapa. O Peixe administrou bem o segundo tempo, venceu, e tomou a liderança do grupo com quatro pontos.
Na rodada seguinte o Santos visitou o San José na altitude de Oruro, e foi derrotado de virada para os bolivianos. E foi justamente contra o próprio San José, no primeiro jogo do returno, que o Santos fez sua melhor partida na Libertadores na temporada, aplicando uma goleada de 7-0 sobre “Los Quirquinchos”.
Contando com cerca de oito mil espectadores na Vila Belmiro, o placar foi inaugurado por Domingos aos 17 minutos do primeiro tempo, e com dois de Molina, o Santos foi para o vestiário com um folgado 3-0 a favor. O San José até apertou no início do segundo tempo, mas aos 18’ Molina mandou mais um para a rede e acabou com as esperanças bolivianas. Kléber Pereira e Michael Quiñonez também anotaram, e Molina aos 42’ assinalou seu quarto tento na partida e finalizou o show de bola que o Santos protagonizou naquela noite.

Depois disso a equipe santista enfrentou o Chivas Guadalajara no estádio Jalisco completamente lotado, mas perdeu por 3-2 para os mexicanos e estacionou nos sete pontos. Para o Peixe era necessário vencer o Cúcuta última rodada para a equipe alvinegra se classificar para as oitavas de final da competição.
No dia 16 de abril, o Santos definiria seu rumo na Taça Libertadores no mesmo dia de festa de comemoração de aniversário de 96 anos do clube, mas o Cúcuta colocou água no chopp santista: os colombianos abriram o placar em golaço de falta de Henry aos 21’ da primeira etapa. Para o Santos, apenas a vitória interessava, pois a vitória de 3-0 do Chivas sobre o San José colocava o Peixe para fora da Libertadores. Com dificuldades de criatividade, a equipe santista começou a apostar nas bolas longas - que surgiram pouco efeito. O time foi para o vestiário atrás no placar.
Já de volta ao segundo tempo e depois de insistir mais um pouco nos levantamentos, o Santos partiu para a individualidade. Wesley, aos 23’ driblou até a linha de fundo e executou passe milimétrico para Kléber Pereira, que girou com facilidade e acertou a meta de Castellanos. O jogo estava empatado.
Todavia a euforia foi momentânea: o Santos precisava fazer mais um gol, e cinco minutos depois do empate Domingos e Carlos Henry protagonizam confusão dentro de campo e são expulsos, para desespero e fúria do técnico Leão - que também é expulso pelo uruguaio Jorge Larrionda.
Time e torcida se inflamam, e Mauricio Molina se choca com o goleiro Andrés Castellanos, que abre corte no nariz. Carlos Braga, médico de campo do Santos, atesta que o colombiano não pode permanecer em campo. Molina se recusa a sair, e em entrevista após o jogo, declara “Quando a torcida disse que o Santos é amor e paixão, eu quis deixar o coração dentro de campo”. Após fazer curativo e voltar a campo, vê Kléber Pereira tentar a sorte em chute do meio da rua, que acerta a trave e sobra para o argentino Mariano Tripodi emendar um voleio sem pulo para colocar o Santos na frente do placar aos 43’ do segundo tempo. O Santos alcançou os 10 pontos contra 9 do Chivas Guadalajara, e junto ao Cúcuta, estava classificado para as oitavas de final da Libertadores da América.

No ano de 2008, a fase de oitavas de final eram definidas de acordo com o ranking geral dos classificados, e os números colocaram novamente o Deportivo Cúcuta no caminho do Santos, que faria a primeira partida em casa e decidiria a vaga na Colômbia no dia 1º de maio.
Mais de 17 mil santistas testemunharam o primeiro jogo da decisão, que fizeram da Vila um verdadeiro caldeirão. O Peixe contou com noite inspirada de Wesley, que atordoou a marcação colombiana por toda a partida. E foi dos pés do contestado Betão, em mais uma partida improvisado pela lateral-direita, que saiu o cruzamento para o primeiro gol do Santos na partida, aos 18 minutos da primeira etapa.
Após gol a favor do Cúcuta bem anulado e pausa no jogo pela fumaça de sinalizadores, o Santos voltou a balançar as redes com Molina aos 16’ do segundo tempo, em uma cobrança de falta na região do escanteio, que surpreendeu o goleiro adversário. Vantagem de dois gols para a volta para a equipe da Vila Belmiro.
Uma semana depois o Santos enfrentou o estádio General Santander com cerca de 42 mil presentes. Os torcedores Rojinegros estavam confiantes na virada, mas o time não correspondeu a altura, e viu o Santos dominar as ações durante toda a partida. Após gol bem anulado de Fabão, a equipe da baixada santista abriu o placar com belo gol de Kléber Pereira, após rebote do chute de Marcinho Guerreiro, e logo no início do segundo tempo, o atacante Lima voltou a anotar, em chute firme no canto esquerdo do goleiro colombiano.
Após tranquilo 4-0 no agregado, o Peixe estava classificado para enfrentar o América-MEX, equipe que eliminou na edição anterior da Libertadores.
Antes da primeira partida das quartas de final, o Santos fez sua estreia no Brasileirão diante do Flamengo, apenas dois dias depois do jogo anterior, e com isso, escalou diversos reservas para a partida. O jogo foi de pouca sorte para a equipe santista, que sofreu três gols antes de Moraes marcar o de honra no estádio do Maracanã, 3-1 para os rubro-negros.
Novamente com os olhares atentos para a Libertadores da América, o Santos dessa vez faria o primeiro jogo como visitante, no Estádio Azteca, na capital mexicana. O paraguaio Salvador Cabañas despachou a equipe da Vila com dois tentos, um em cada etapa, e a equipe do Santos voltou para a baixada em grande desvantagem.
Na semana seguinte a decisão foi disputada novamente na Vila Belmiro, dessa vez abarrotada com quase 20 mil santistas e presenças dos ilustres Pelé e Robinho, que assistiram o jogo na zona do camarote do estádio.
O Santos tomou conta da partida a todo o tempo, mas finalizações e por vezes a displicência fizeram o Peixe perder uma grande quantidade de gols. Aos 16’ do segundo tempo, o técnico Emerson Leão abriu a mão de um defensor e apostou em Michael Quiñonez, jogador que fez a jogada para Kléber Pereira mais uma vez colocar o alvinegro na frente. Mas o Santos não conseguiu criar muito mais, e a noite brilhante do goleiro mexicano Ochoa deu a classificação ao América.
A partida marcou a revanche do América-MEX pela temporada passada, onde os dois clubes se enfrentaram também na fase de quartas de final, e também a última partida disputada pelo goleiro Fábio Costa jogando no Santos pela Copa Libertadores da América.
Demissão de Leão e chegada de Cuca
Após a vida curta do Santos no campeonato estadual e eliminação na Libertadores, a diretoria santista teve pouca paciência com o técnico Leão no Campeonato Brasileiro. Após três rodadas e apenas uma vitória conquistada (contra o Ipatinga na Vila Belmiro), a equipe alvinegra acabou mandando seu comandante no dia 27 de maio, logo após a pesada derrota para o Cruzeiro, por 4-0 no Mineirão.
“O que mais queria a gente santista era que o time tivesse uma boa participação no Campeonato Brasileiro daquele ano, pois tinha certeza que com a saída de Leão e com Cuca no comando da equipe, o time faria bonito no certame, a esperança maior era no atacante Kléber Pereira, a rigor o grande nome do time”, afirma Guilherme Guarche.
Mas apesar das expectativas, o desempenho Santos entrou em queda livre. Cuca teve ótimo trabalho no Botafogo, mas não conseguiu reproduzir seus métodos no alvinegro praiano, sofrendo por boa parte do campeonato, contando apenas com alguns lampejos da equipe.

A primeira partida de Cuca pelo Santos foi na derrota para o Vitória no Barradão pela 5ª rodada do campeonato, resultado que fez a equipe amargar a 17ª posição, na cabeça da zona da degola, com apenas quatro pontos conquistados.
O time da Vila não passou dois meses e dez rodadas sem conquistar qualquer vitória, quando finalmente desafogou ao vencer o Sport em casa. O jogo foi morno, e o gol saiu no rebote do pênalti cobrado por Kléber Pereira, quando o mesmo aproveitou a sobra de cabeça e abriu o placar na Vila Belmiro. O Santos poderia ter acabado essa rodada na lanterna do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em sua história, e a vitória fez o clube escapar desse recorde negativo.
A primeira partida marcante contra o Internacional no Brasileirão de 2008 teve como palco o estádio Beira-Rio. Em jogo aberto e com boas chances para ambos os lados, o Peixe arrancou a vitória em lance de oportunismo do atacante Maikon Leite, que na corrida venceu o defensor colorado e empurrou para o fundo das redes.
A demissão do técnico Cuca se deu no dia sete de agosto, apenas um dia após derrota do Peixe para o Atlético-MG na Vila Belmiro, por 3-2. A diretoria considerou insustentável o desempenho do técnico, que em sua passagem venceu apenas três partidas, tendo perdido outras sete, tendo apenas 38,09% de aproveitamento.
“O Santos tinha elenco pra cair, não pra brigar contra o rebaixamento”, diz a sócio-torcedora de longa data do Peixe, Gabriela Fernandes.
Márcio Fernandes
O técnico Márcio Fernandes, que na época de jogador fez parte do primeiro time apelidado de ‘Meninos da Vila’ campeão paulista em 1978, subiu de técnico da base (no qual fez parte da comissão por 6 anos) para se tornar o interino até o fim da temporada.
O primeiro jogo do interino foi a derrota para o Náutico em Pernambuco, e a equipe só foi retomar o caminho das vitórias contra o Cruzeiro, por 2-0 na 22ª rodada do campeonato.
Com todo o caminho percorrido até então, o Santos finalmente deixou para trás a zona de rebaixamento, na 24ª rodada do campeonato. E chegou até a se distanciar da zona da degola, criando uma gordura de sete pontos do Náutico, primeiro na zona de descenso na 32ª rodada. Apesar disso, o Santos voltou a se complicar no campeonato, quando voltou a estar a apenas três pontos de novamente voltar à zona.
Marcelo Teixeira, presidente em exercício na época, chegou a declarar que o Santos dificilmente subiria no ano seguinte em caso de queda. “E naquele ano, como time tava muito mal das pernas, o Marcelo Teixeira mandou muitos jogos pra São Paulo. Tanto é que eu tenho muitos jogos aqui no Pacaembu, no setor azul, os sócios ficavam na azul, tenho muitas fotos aqui. Naquela época eu acho que o Marcelo Teixeira sentia que alguma coisa atípica tava pra acontecer, e ele subiu muitos jogos pra São Paulo justamente para fugir de Santos, pra torcida não cobrá-lo como deveria cobrar. Não sei te dizer se especificamente nesse dia teve algum jogo em São Paulo, mas se não tivesse, é capaz que o jogo contra o Inter teria sido em São Paulo, reflete Gabriela. De fato, o São Paulo bateu o Figueirense no Morumbi no mesmo dia que o Santos venceu o Internacional na Vila Belmiro, em jogo que a torcida trata como místico.
Santos x Internacional
“Eu lembro que nesse jogo eu fui com meu namorado da época. O clima era de decisão, de final de campeonato mesmo: de prender a respiração, de todo mundo olhar o relógio, de impaciência. Foi um jogo realmente atípico", é a reflexão que fez Gabriela sobre o jogo.
Na noite de 16 de novembro, o Santos levou a campo: Douglas; Wendel, Adaílton, Domingos e Kleber; Roberto Brum, Pará, Bida e Molina; Cuevas e Kléber Pereira.
Desfalcado e em apuros, o Santos precisava contar com o apoio dos 12 mil santistas presentes para superar o colorado, que fazia campanha bem mais segura no campeonato, ocupando a 7ª colocação.
“Sim, o clima era de medo antes da partida contra o Inter-RS, já que a equipe não vinha de bons resultados e o temor de cair para a segunda divisão assustava e era bem real, o time vinha de duas derrotas consecutivas e a esperança era que jogando na Vila, a situação melhorasse”, conta Guilherme Guarche.
O Santos sofreu com a blitz colorada durante quase toda a partida, e contou com falha da arbitragem quando Guto, atacante do Inter, anotou gol que foi invalidado pelo juiz Heber Roberto Lopes. O santista Wendel dava condições de jogo.
O goleiro Lauro, do Internacional, foi bem pouco testado pelos jogadores santistas durante a partida, tanto que o gol do Peixe foi contra: Gustavo Nery desviou após chute de Michael Jackson Quiñonez, que havia acabado de entrar em campo. O chute do colombiano certamente encontraria a lateral se não tivesse encontrado o defensor colorado.
Mesmo com o inusitado gol, a torcida do Santos entrou em total êxtase, sabia que uma vitória naquela partida era essencial para a permanência na elite.
“A gente não caiu por sorte. Não caiu porque tinha time muito pior atrás. Olha, eu agradeço todos os dias aquele gol de bunda do Gustavo Nery, porque o Santos ia cair, sabe. Era feio o que o time jogava em 2008. Eu chorava mais do que choro hoje”, confessa Gabriela.
“O time vinha de duas derrotas consecutivas e a esperança era que jogando na Vila, a situação melhorasse e foi o que aconteceu com aquele gol contra do Gustavo Nery, num chute despretensioso do Quiñonez. Causou alívio momentâneo já que a partida seguinte seria em Curitiba e do jeito que o time jogava fora de casa, não havia certeza de um empate muito menos de uma vitória. Respiramos bem melhor mais confiantes depois da vitória contra o time gaúcho, mas o drama persistia.” analisa o historiador Guarche.

E o Santos não venceu mais em 2008. Além da pesada derrota para o Coritiba, por 5-1, a equipe acumulou mais dois pontos contra Atlético Mineiro e Náutico, o que garantiu à equipe caprichosamente um ponto a mais que o primeiro time rebaixado, o Figueirense.
A história do Santos em 2008 é cheia de altos e baixos, mas a memória do torcedor é resumida ao fraco desempenho no Brasileirão e o perigo real que a equipe sofreu durante todo o campeonato. O ano e o jogo contra o Internacional são tratados com quase a mesma misticidade, o que faz a temporada alvinegra mais sofrida do século também ser marcante para o torcedor.
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