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Eliminações, surpresas e decepções: a retrospectiva de 2018 do São Paulo e as perspectivas para 2019

  • Foto do escritor: Na Marcação
    Na Marcação
  • 1 de dez. de 2018
  • 8 min de leitura

Por Caio Coutinho

01/12/2018 | 17h24


O ano de 2018 do São Paulo foi marcado por altos e baixos. O elenco perdeu peças importantes, como Hernanes, Éder Militão, Marcos Guilherme, Lugano e outros. Entretanto, nomes de peso, apostas e jogadores emprestados vieram para compor o time desta temporada.


As eliminações nas competições de mata-mata, como o Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana não foram uma grande surpresa pro torcedor, já que o equipe não ganha um título há 6 anos. No Campeonato Brasileiro, uma surpreendente liderança e uma derrocada no segundo turno, com bônus para a demissão de Diego Aguirre.

Everton foi o destaque do time no ano (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

A lista de reforços para 2018 foi composta por: Diego Souza (Sport), Jean (Bahia), Anderson Martins (Vasco), Nenê (Vasco), Valdívia (Internacional), Éverton (Flamengo), Bruno Peres (Roma-ITA), Hudson (Cruzeiro), Reinaldo (Chapecoense), Tréllez (Vitória), Régis (São Bento), Gonzalo Carneiro (Defensor Sporting-URU), Rojas (Talleres-ARG).

Veremos nessa matéria uma retrospectiva do desempenho dentro e fora de campo do Tricolor nas competições disputadas, além de opiniões de jornalistas e torcedores sobre ano do time e suas expectativas para o ano que vem.


CAMPEONATO PAULISTA

Sem conquistar o Estadual já há 13 anos, o São Paulo fez mais uma campanha decepcionante na edição desse ano. Com 16 jogos, 7 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, o Tricolor foi eliminado nas semifinais pelo Corinthians.


Na fase de grupos, o time comandado por Dorival Júnior começou com o pé esquerdo. Nos cinco primeiros jogos, foram apenas duas vitórias e quatro gols marcados. Apesar de ter conseguido a primeira colocação do grupo, a campanha inicial não foi satisfatória, já que a equipe conquistou apenas 17 pontos de 36 possíveis.


Já na fase mata-mata, o São Paulo enfrentou o São Caetano nas quartas de final. No primeiro jogo, uma derrota pífia por 1-0. Já no segundo, uma vitória satisfatória por 2-0.

Nas semifinais, o confronto contra o Corinthians marcava um tabu de quase 2 anos sem vencer o rival. Em casa, o Tricolor venceu por 1-0, mas foi derrotado na volta pelo mesmo placar e novamente nos pênaltis teve um desempenho abaixo do esperado.


A DEMISSÃO DE DORIVAL JÚNIOR

Foram 8 meses de trabalho no São Paulo. Dorival Júnior assumiu o time em julho de 2017 e foi um dos responsáveis para a continuidade do time na Série A. Entretanto, o técnico nunca teve uma grande aprovação da torcida. A demissão veio após a derrota para o Palmeiras, ainda no Campeonato Paulista, por 2-0.

Dorival Júnior foi demitido em março (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Para o seu lugar, Diego Aguirre foi contratado. O uruguaio já havia comandado Atlético-MG e Internacional, mas não teve grandes resultados em nenhuma das equipes. Aguirre chegou no São Paulo com desconfiança e seus primeiros jogos foram marcados por altos e baixos.


COPA DO BRASIL

Sem nunca ter conquistado a maior competição nacional mata-mata do país, o título da Copa do Brasil poderia fazer com que 2018 fosse um ano positivo para o São Paulo. Contudo, o mata-mata realmente não parece ser o ponto forte dessa equipe.

Antes ainda das oitavas-de-final, já na 4ª fase, a equipe treinada por Diego Aguirre foi eliminada pelo Atlético-Paranaense, após uma derrota por 2-1 no Paraná e um empate por 2-2 no Morumbi.


COPA SUL-AMERICANA

4 jogos. Foi o necessário para que o Tricolor fosse eliminado na Copa Sul-Americana. Campeão em 2012, o São Paulo enfrentou o Rosario Central, da Argentina, e com um empate fora (0-0) e uma vitória em casa (1-0), se classificou para a segunda fase.

Já na segunda fase, o adversário foi o desconhecido Colón, também da Argentina. O Tricolor levou um susto no primeiro jogo e perdeu em pleno Morumbi por 1-0, mas conseguiu vencer fora de casa também pelo mesmo placar. Mas aí a disputa de pênalti invocava um outro tabu do time: nos últimos 5 anos, foram 6 disputas e nenhuma vitória. A equipe de Aguirre perdia novamente.


CAMPEONATO BRASILEIRO

Com um retrospecto fraco nas competições de mata-mata, o Campeonato Brasileiro parecia ser uma opção para o Tricolor e uma esperança para a sua torcida. Com um mês de trabalho, Aguirre tinha a missão de levar o time à uma vaga na Libertadores, no mínimo.


E é quase que consensual falar que até o torcedor mais iludido do São Paulo não esperava que o título viesse, mas após um primeiro turno de apenas duas derrotas, a torcida criou (muitas) esperanças.


A estreia foi contra o Paraná, no Morumbi, por 1-0. Depois desse jogo, o meia Éverton chegou ao clube com status de estrela e fez jus ao nome. Porém, mesmo com Éverton fazendo grandes partidas, o São Paulo empatou os quatro próximos jogos, contra Ceará, Fluminense, Atlético Mineiro e Bahia.


O próximo adversário era o rival Santos. O clássico foi realizado no Morumbi e Diego Souza fez o gol da vitória tricolor. Vieram ainda América Mineiro e Botafogo, com mais duas vitórias.


E apenas na 9ª rodada veio a primeira derrota. O futuro campeão Palmeiras derrotou o São Paulo no Allianz Parque, estádio em que o Soberano nunca havia vencido, por 3-1. Na 10ª rodada, um empate enfadonho contra o Internacional, um 0-0. A partir daí foram mais quatro vitórias seguidas. Atlético Paranaense, Vitória, Flamengo e Corinthians: adversários fortes que o São Paulo vencia.

Diego Souza e Nenê tiveram um ano instável (Foto: Marcello Zambrana/Agif/Estadão Conteúdo)

O futebol do Tricolor até esse período do Campeonato era eficiente, apesar de não vistoso. Aguirre colocou em prática um estilo de jogo que devolvia a bola para o adversário e jogava no contra-ataque, aproveitando a rapidez de Éverton e a habilidade de Diego Souza e Nenê.


Na 15ª rodada, uma derrota normal contra o Grêmio no Rio Grande do Sul. E após vencer o Cruzeiro no Mineirão, o São Paulo enfrentava o Vasco em casa com chances de assumir a liderança do até então líder Flamengo. E assim o fez. Com um resultado magro de 2-1, o futebol eficiente do Tricolor vinha dando resultados e conseguia a primeira colocação.


Pra fechar o primeiro turno, ainda viria vitórias contra Sport e Chapecoense, conseguindo assim o título simbólico de campeão do primeiro turno. E esse primeiro turno mascarava alguns problemas da equipe de Aguirre: o time era eficiente e contava com a ótima fase de alguns jogadores, mas as peças de reposição não conseguiam manter o mesmo nível do time titular.


Já no segundo turno, o São Paulo começou com um empate decepcionante contra o lanterna Paraná, por 1-1 e uma vitória contra o Ceará, por 1-0.


Contra o time cearense, Éverton sofreu um estiramento muscular e ficou de fora nos próximos 6 jogos. Nesses 6 jogos, o time de Diego Aguirre venceu apenas uma vez (Bahia), com quatro empates (Fluminense, Santos, América Mineiro, Botafogo) e uma derrota (Atlético Mineiro).


Nesses 6 jogos, outros jogadores sofreram lesões e também houveram muitos atletas suspensos por cartões. Aguirre fez uso de improvisações em muitas partidas e seu crédito com a torcida caiu, ao mesmo tempo em que o time perdeu a liderança e o futebol da equipe se tornou ainda menos vistoso. Nos próximos dois jogos, contra Internacional e Atlético Paranaense, o São Paulo continuaria sem vitórias: uma derrota e um empate, respectivamente.


Na 31ª rodada, o triunfo contra o Vitória fora de casa, por 1-0, deu um alívio aos torcedores e ao técnico Diego Aguirre. Porém esse alívio durou pouco, já que na rodada seguinte o São Paulo empatou com o Flamengo por 2-2, tendo ficado na frente no placar por duas vezes e mesmo assim não conseguido a vitória.


Contra o Corinthians, na 33ª rodada, um triunfo seria essencial para que o time voltasse a brigar na parte de cima. Mas o São Paulo nunca havia vencido o maior rival na Arena Corinthians e novamente não conseguiu: 1-1 foi o placar da partida e de bônus, Diego Aguirre foi demitido. Foram 43 jogos com 19 vitórias, 15 empates e 9 derrotas, com um aproveitamento de 55.81%.

Aguirre foi demitido após empate contra o Corinthians (Foto: Marcelo Hazan)

A demissão de Aguirre já foi trabalhada aqui no blog, com detalhes, opiniões e informações: https://namarcacao.wixsite.com/futebol/blog/desavença-com-jogadores-maus-resultados-e-futebol-pouco-vistoso-entendendo-a-demissão-de-aguirre


Com cinco rodadas para o final do Campeonato, André Jardine assumiu o time interinamente e foi efetivado rodadas depois. Ele era gerente de equipe de futebol do clube e faz o seu primeiro trabalho como treinador oficial.


Com o tricolor em quinto lugar, Jardine estreou contra o Grêmio, no Morumbi, em um empate por 1-0. Na próxima rodada, também no Morumbi, o São Paulo venceu o Cruzeiro por 1-0.


Na 36ª e 37ª rodada, o time precisou apenas de si mesmo para alcançar uma vaga no G4, mas foi derrotado pelo Vasco por 2-0, fora de casa, e apenas empatou com o Sport em um 0-0, em casa. Na 38ª e última rodada, o time empatou com a Chapecoense e se manteve na quinta posição, conquistando assim uma vaga indireta na Copa Libertadores.

Jardine conversa com Luiz Felipe e Raony Tadeu; Técnico foi efetivado para 2019 (Foto: Marcelo Hazan)

FALA AÍ, TORCEDOR!

· Luiz Gustavo, torcedor do São Paulo. Morador de São Paulo (SP), Luiz já foi sócio torcedor e integrante da Independente, torcida organizada do clube.

Luiz, entre demissões, um elenco sem reposição e eliminações, como você avalia o ano do São Paulo como um todo? Quais foram os destaques?

Avalio o ano como negativo! Discordo de que o elenco não seja pra brigar lá em cima e a vaga para a Libertadores vejo como algo que teria que ser conquistada de qualquer maneira!


Para 2019 minha expectativa já não é boa quanto foi para 2018, mas ainda assim acredito em algum título! E o meu destaque vai para o Arboleda, com Helinho como uma boa revelação.


· João Maria, torcedor do São Paulo. Morador de Lorena (SP), João vai ao Morumbi frequentemente.

- João, o São Paulo fez uso de muitos jogadores da base em 2018. Quem você acha que vingou? E quem decepcionou?

- De longe o jogador da base que mais vingou foi o Liziero, meio-campo que atuou em diversos jogos, em destaque contra o Cruzeiro no Mineirão, fazendo dupla com o também jogador da base Luan, que também vem tendo chances nessa reta final de campeonato e tem apresentado um altíssimo nível de futebol para um garoto da sua idade.

Quem decepcionou infelizmente foi o Brenner e um pouco o Shaylon. O primeiro eu entendo que a sua queda de rendimento se deve a maneira como foi integrado ao profissional, foi tudo muito rápido e acredito que ele não tenha se adaptado bem. Pode ser que na próxima temporada o futebol que ele tem, de altíssima qualidade, apareça. O Shaylon já é mais uma queda de rendimento que boa parte dos jogadores da base no Brasil apresentam quando sobem ao time profissional.


· Mario André Monteiro, torcedor do São Paulo, jornalista e editor do IG Esporte.

- Mario, como você avalia o ano do São Paulo e quais são os seus destaques?

- Na minha opinião, o 2018 do São Paulo foi negativo. Por mais que tenha melhorado sua performance em relação ao ano passado, quando brigou para não cair, o time mais uma vez passou em branco na questão de títulos. Precisa ganhar alguma coisa. Como não ganhou, considero negativo. O que talvez tenha ficado de bom foi o surgimento de de alguns bons nomes, como Liziero, Helinho e Rojas, por exemplo. E também a chegada do Everton, que vai acrescentar demais nos próximos anos.


PERSPECTIVAS PARA 2019

TREINADOR - Agora que André Jardine foi efetivado, é necessário que o treinador tenha as ferramentas necessárias – principalmente tempo – para fazer um trabalho de qualidade. Jardine mostrou, nos poucos jogos que comandou a equipe, que seu estilo de jogo é agressivo, de proposição e imposição de ideais. Se os dirigente e diretores estão dispostos a aceitar esse tipo de tática, o tempo vai ser o maior aliado do técnico, para que ele consiga colocar seu estilo de jogo em prática.


DIRETORIA DE FUTEBOL – Após a demissão de Aguirre, Lugano e Ricardo Rocha estão com pouca força dentro do clube. Os dois dirigentes não foram avisados previamente da decisão de Leco de demitir o uruguaio e provavelmente não devem continuar em 2019. Para suas vagas, o São Paulo terá uma missão de achar pessoas de confiança e que tenham identificação com o clube.


JOGADORES - É provável que alguns jogadores da base e alguns veteranos saiam. As peças mais urgentes para 2019 são a zaga, as laterais e o ataque. Alguns jogadores como Léo Pelé, do Fluminense e Willian Arão, do Flamengo, já são prioridades de contratação para a diretoria.

William Arão é alvo da diretoria para 2019; Meia foi revelado no São Paulo (Foto: Staff Images/Flamengo)

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