Fogo de palha? São Paulo cai de produção no segundo turno e vê título mais distante

Por Caio Coutinho

12/10/2018 | 13h34

Everton vem sofrendo com lesões no segundo turno (Divulgação: Érico Leonan/São Paulo FC)

A queda de rendimento do São Paulo no segundo turno é algo que vem decepcionando a torcida do tricolor, que tinha expectativas de um título do Campeonato Brasileiro após 10 anos sem a taça. Mesmo com uma das melhores médias de público do país, a equipe não vem reagindo como esperado. Os motivos para o fraco repertório do time de Diego Aguirre na segunda metade da competição são muitos, mas vale a pena analisarmos alguns deles.

O elenco limitado

O São Paulo possui um time titular competitivo e apostou na mistura de veteranos, como Diego Souza e Nenê, com jogadores mais novos, como Liziero, Éder Militão, Lucas Fernandes e outros. Entretanto, as opções de banco são poucas, com muitos jogadores da base que ainda não estão prontos e outros jogadores com um retrospecto baixo com a camisa do time. Além disso, a falta de reposição faz com que a equipe de Aguirre sofra no aspecto físico, quando tem muitos jogos seguidos e às vezes até nas etapas finais dos jogos.

A lesão de Éverton

Contratado no meio do ano, o meia Éverton, de 29 anos, deixou o Flamengo e conseguiu no São Paulo a posição de protagonista. Titular absoluto da equipe de Aguirre, Everton encontrou uma das suas melhores fases de sua carreira, e com em campo o retrospecto do tricolor é excelente. Nos 34 jogos em que esteve em campo, o São Paulo venceu 20 deles, empatou 9 e perdeu apenas 5, com um aproveitamento de 67,6%. Entretanto, o meia já sofreu duas lesões nesse segundo semestre e sua presença vinha sendo essencial para as vitórias.

A falta de confiança

O último título de importância do São Paulo foi a Copa Sul-americana de 2012. Antes disso, o Campeonato Brasileiro de 2008. Já são 13 anos sem um Campeonato Estadual. O Tricolor vem se acostumando a ganhar poucos títulos e isso gera cobranças e insegurança. Nos últimos 6 anos sem título, a equipe passou por problemas estruturais, financeiros, extracampo e principalmente dentro de campo.

Opinião

O blog Na Marcação foi atrás de uma segunda opinião para irmos à fundo na queda de rendimento do Tricolor.

Segundo o jornalista Giovanni Chacon, setorista do São Paulo na Rádio Jovem Pan, o elenco limitado é o maior dos motivos pela queda de rendimento. Quando perguntado sobre uma dependência de jogadores como Diego Souza, Nenê e Éverton, ele afirma que os dois primeiros têm sido irregulares e não são grandes problemas, já que podem ser substituídos por outros jogadores, como Liziero. Já quando a questão é Éverton, ele cita: “quando o Éverton falta no time, falta qualidade, e Aguirre precisa improvisar com Trellez, que não é uma grande solução”.

Perguntamos também sobre a manifestação da torcida do São Paulo no último jogo contra o Palmeiras, quando o técnico Diego Aguirre foi chamado de ‘burro’. Giovanni responde: “O Aguirre vem tirando, teoricamente, ‘leite de pedra’. É o time que mais investiu e ainda assim tem o elenco limitado. Eu acho que ele errou em algumas coisas, mas não condeno em ter colocado o Rodrigo Caio no último jogo, por exemplo, como lateral. Eu acho que o ponto principal é que ele tem poucas peças para utilizar dentro da equipe, então ele na verdade tá fazendo milagre, chamar ele de ‘burro’ é burrice do próprio torcedor”.